sábado, 25 de março de 2017

VIVER. SEM TER QUE FUGIR...

 Arte: Lorena Marilac

São milhares, milhões. Oriundos dos países Africanos, do Oriente Médio. Das bandas latinas, de vastas e miseráveis regiões de todo Globo. Abandonam seus poucos pertences, suas famílias, seus afetos. Obrigados a integrar o grande êxodo do século XXI derivado de odiosas perseguições. Fugas em massa. Consequência brutal de covardes discriminações e matanças direcionadas a povos e múltiplas etnias. E nas estatísticas desta vergonha planetária algo perturbador:  mais da metade das gigantescas cifras contemplam crianças. Que marcham sem rumo, arrastadas. Que choram nos campos de expatriados espremidas nas cercas erguidas pelo preconceito e o medo. As guerras fratricidas patrocinadas pelo capital, a escancarada ganância, a intolerância, o fanatismo religioso criam o martírio e o suplício dos refugiados. Quantos já morreram? Quantos, a exemplo do menino Alan Kurdi, de três anos, ainda padecerão nos naufrágios? Quantas imagens dramáticas ainda serão geradas a nos atordoar? Os bombardeios de Aleppo, as guerras civis, os golpes de Estado, os massacres... 

Na contramão das misérias humanas os movimentos de apoio, de solidariedade, gerando afetiva acolhida, nos oferecem algum alento. Um amparo que manifesta-se das mais variadas formas. De grandes e globalizadas ações aos mais modestos, singelos gestos. Neste domingo, na Arena do Grêmio, estarão senegaleses, angolanos, haitianos, árabes, peruanos, colombianos, e outras nacionalidades celebrando a união de povos e a resistência (palavra chave nestes tempos). Todos participando da 1ª Copa dos Refugiados, Edição RS. Saudemos,portanto,a inclusão ! Que possamos, um dia, ter neste mundo (sem exceção) o direito de só viver. Sem precisar fugir...