Uma trajetória singular... Homem das letras e admirador da pelota. Que "reconhecia a grandeza nas coisas pequenininhas". Só não maior que seu brilhantismo foi sua humildade (amava o singelo, desprezava as convenções e os holofotes). Com tal envergadura não poderia deixar de gerar todo este pesar pela passagem e, no lamento de sua ausência, multiplicar o merecido reconhecimento. Simplicidade e profundidade. Impressionante como sintetizava a tal complexidade do mundo e a de todos nós que estamos neste turbilhão. Obra imensa, ser humano ímpar. Trabalhou em fábrica, foi pintor, mensageiro, caixa de banco e desenhava. Fazia caricaturas. Foi jornalista, historiador, poeta, crítico, mestre nas palavras. E jamais, em momento algum, reivindicou qualquer título. Engajado e peleador. Foi preso, exilado. Um pensador que exaltava a beleza da vida (mesmo na dor que nos acompanha neste sofrido Continente) nos seus mais modestos e corriqueiros momentos.
A cerimônia ofertada pelo país em gratidão foi marcada para o Salón de Los Pasos Perdidos no Palácio Legislativo de Montevideo. Possivelmente o escritor e hincha do Nacional acharia um exagero todas as sinceras homenagens.
Pulsa o coração da América. Nos deixa um grande ... Resta seguir caminhando ...
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