terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

EL ESCORPIÓN, LA COPA ...

                                             
René Higuita, após perder a Libertadores para o GRÊMIO resolveu retornar a suas atividades circenses. Ainda no ano de 1995, contra a Inglaterra em Wembley, o Escorpião que havia levado a dolorida ferroada do tricolor voltou a dar espetáculo...


No infindável calendário da história, foi ontem. O ano de 1995, na década marcada pela fome arrebatadora de colecionar troféus, teve trepidante desenrolar para fanática Nação Gremista. O mais emblemático e desejado pódio, após a retomada da hierarquia na Província, comemorou a reconquista da América. No Atanásio Girardo “colmado” de verde e branco, na Medellín de tempos convulsionados, o tricolor dos pampas calou a multidão, os embalos da Shakira e o sonho do bicampeonato do “Rey de Copas”. Cenários de Colômbia. Cenários de um país de muitas guerras. Com a licença do revolucionário e libertador Simon Bolívar, o comandante em chefe Felipão e o bravo capitão Adílson conduziram à qualificada e combativa equipe gremista a reluzente glória. Celebrada efusivamente pela gente tricolor. Pois, é da nossa gênese, do nosso agrado pelear através dos campos de batalha deste Continente por algo que tanto veneramos. E, hoje, novamente nos mobilizamos. Volta o respeitável adversário daquela memorável ocasião na condição de visitante. Momento apropriado para, diante do incondicional apoio da massa, se confirmar ganas por erguer outra taça. De irmos por mais esta alegria. Convictos de que temos a condição de seguir fazendo história nesta diferenciada competição. Cujo primeiro capítulo, presente edição, teve como pano de fundo o caldeirão do Gran Parque Central e uma atuação, além do resultado, digna de Grêmio. Destas de orgulhar, pela disposição. E que deve ser repetida dentro da seriedade e do forte trabalho que Enderson Moreira vem apresentando. Buscando a melhor formatação, o time consistente e com atitude permanente. Equipe que se apresenta nas quatro linhas, nas palavras do técnico, conforme suas necessidades e o desafio. E nada mais importante do que vencer, nesta terça-feira, na Arena! Portanto, o destino do torcedor é o Humaitá ... para apoiar... como em todos os anos.Vamos tricolor ! Queremos a Copa !!!


Impossível não recordar e citar. Personagem do futebol mundial, legenda da seleção colombiana e do Atlético Nacional, René Higuita (El Loco) estava á frente do arco dos “verdolargas” quando a Libertadores se tingiu, uma vez mais, de azul, preto e branco. De técnica discutível, o mesmo não poderia ser dito de suas folclóricas atuações. Neste quesito era imbatível e unanimidade. E ao mesmo tempo que de forma surpreendente fazia ótimas defesas, também falhava bisonhamente. A exemplo do gol que entregou a Camarões na Copa de 1990, desclassificando os colombianos. Na final da Libertadores de 1995 não comprometeu, ao contrário do abençoado zagueiro Marulanda. Ressabiado, não ousou fazer suas graças mais ousadas até pelo fato de saber que um Jardel, um Paulo Nunes e um Dinho cruzariam seu caminho fazendo barba, cabelo e bigode. Contra o GRÊMIO não teve jeito, o ex-goleiro e acrobata amador acabou, mesmo, se ferrando. No futebol e nas fábulas, de vez em quando aparece alguém para esmagar o escorpião com as travas das chuteiras...

@JorgeBettiol

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

"É O MEU CLUBE, O MEU ESTADO". A CONTA? VAI PRÁ TODOS...

No Brazil o contribuinte é mesmo um sujeito ingrato, alienado por natureza. Quanta má  vontade ao não  reconhecer os  benefícios desta espetacular Copa / FIFA  para o país! Somos, de fato, uma colônia despreparada para tantas lideranças nacionalistas e bons governos. Será que um dia aprenderemos a valorizar estes abnegados de tanta e iluminada visão ?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

QUE PARTIDAÇO,HERMANOS! AGUANTE LOS TRICO!!!

Foto: Decano.Com

Carlos Gardel, El Mago, reivindicado por uruguaios, argentinos, franceses e o mundo estará nesta noite no Gran Parque Central. Visão privilegiada para o embate entre Nacional e Grêmio. Peleja Copeira, digna dos melhores tangos... 


É choque de grandes. No gramado do mais veterano dos estádios da América (inaugurado em 1900) enfrentaremos toda tradição deste Decano do aguerrido e laureado futebol uruguaio. Quando ingressarem na cancha do bairro montevideano de La Blanqueada, cercados pelo entusiasmo das tribunas tricolores charruas (e pela não menos vibrante gente gremista) os jogadores de GRÊMIO e NACIONAL sentirão a honra e a responsabilidade de representar lustrosa história. E quantos momentos, e que trajetórias ! Camisas gloriosas, de feitos épicos, vanguarda de títulos e pódios. Mantos apoiados por multidões de apaixonados torcedores. Clubes de massa. Sem fronteiras. Cuja superação e garra incomparáveis são marca registrada. Arrebatando simpatia e numeroso apreço muito além de seus territórios e domínios. Orgulho Meridional e Orgulho  Oriental. Reencontro. Uma vez mais cruzando-se. Libertadores. Peleja.Mas,também, momento de celebração da pretérita e valorosa amizade...  

Não por acaso foi o Bolso a inaugurar o saudoso Estádio Olímpico, no distante ano de 1954. Retribuindo a visita realizada em 1949, na capital uruguaia, por conta dos 50 anos dos Bolsilludos. Ídolos comuns, da mesma forma, reforçam este enlace nas cores tricolores. O que dizer do Senhor Atílio Genaro Ancheta? Campeão da América e do Mundo pelo CNF, melhor zagueiro da Copa de 1970, veio para Azenha  a fim de comandar a zaga gremista. Após cumprir a missão de recuperar a hegemonia na aldeia, resolveu cantar a vida nos boleros. Figura dentro e fora da cancha. Ou de um Hugo de Leon ? Feroz adversário do futebol arte, levantador de taças, expoente de conquistas memoráveis. Valente caudilho! Sempre a disposição de Artigas e dos Farrapos para derramar sangue por um triunfo a mais! 

Proximidade também das torcidas... Na chamada “tomada de Porto Alegre”, no ano de 1980, milhares de Bolsos ocuparam o aterro da Padre Cacique com o reforço solidário de inúmeros gremistas. Libertadores na qual o bailarino (e maior ídolo colorado) Paulo Roberto Falcão dançou - no ritmo do artilheiro Waldemar Victorino – o hit “a taça se vê, mas não se toca”. Três anos depois, na primeira conquista da América por estas bandas, hinchas de azul, rojo e blanco somaram-se aos torcedores do Imortal Tricolor. Nas ruas de Montevideo,no imponente Centenário. Ajudando a calar os oponentes aurinegros. O então poderoso time carbonero não imaginava o adversário que teria pela frente e o desfecho! Jornada na qual Fernando Morena, Venancio Ramos e outros (antes da final, muito falantes...) conheceram a força do GRÊMIO e o talento de Renato Portaluppi. Para, diga-se de passagem, nunca mais esquecer...  
Dois velhos tricolores. Antigos vínculos cujas novas gerações de torcedores tratam de manter e ampliar. Respeito e admiração mútuas. Clássico Copeiro, senhoras e senhores,  é GRÊMIO e NACIONAL ! O que mais dizer quando a pelota rolar no Gran Parque Central, “El Abuelo de America”, o primeiro estádio mundialista ? 

Que partidaço, hermanos ...  que partidaço. Aguante Los Trico !!!

@JorgeBettiol