René Higuita, após perder a Libertadores para o GRÊMIO resolveu retornar a suas atividades circenses. Ainda no ano de 1995, contra a Inglaterra em Wembley, o Escorpião que havia levado a dolorida ferroada do tricolor voltou a dar espetáculo...
No infindável calendário da
história, foi ontem. O ano de 1995, na década marcada pela fome arrebatadora de
colecionar troféus, teve trepidante desenrolar para fanática Nação Gremista. O
mais emblemático e desejado pódio, após a retomada da hierarquia na Província,
comemorou a reconquista da América. No Atanásio Girardo “colmado” de verde e
branco, na Medellín de tempos convulsionados, o tricolor dos pampas calou a
multidão, os embalos da Shakira e o sonho do bicampeonato do “Rey de Copas”.
Cenários de Colômbia. Cenários de um país de muitas guerras. Com a licença do
revolucionário e libertador Simon Bolívar, o comandante em chefe Felipão e o
bravo capitão Adílson conduziram à qualificada e combativa equipe gremista a
reluzente glória. Celebrada efusivamente pela gente tricolor. Pois, é da nossa gênese,
do nosso agrado pelear através dos campos de batalha deste Continente por algo que
tanto veneramos. E, hoje, novamente nos mobilizamos. Volta o respeitável
adversário daquela memorável ocasião na condição de visitante. Momento
apropriado para, diante do incondicional apoio da massa, se confirmar ganas por
erguer outra taça. De irmos por mais esta alegria. Convictos de que temos a condição de seguir fazendo história
nesta diferenciada competição. Cujo primeiro capítulo, presente edição, teve como pano de fundo o caldeirão do Gran Parque Central e uma atuação, além do resultado,
digna de Grêmio. Destas de orgulhar, pela disposição. E que deve ser repetida
dentro da seriedade e do forte trabalho que Enderson Moreira vem apresentando. Buscando
a melhor formatação, o time consistente e com atitude permanente. Equipe que se apresenta nas quatro linhas,
nas palavras do técnico, conforme suas necessidades e o desafio. E nada mais
importante do que vencer, nesta terça-feira, na Arena! Portanto, o destino do torcedor é o
Humaitá ... para apoiar... como em todos os anos.Vamos tricolor ! Queremos a Copa !!!
Impossível não recordar e
citar. Personagem do futebol mundial, legenda da seleção colombiana e do
Atlético Nacional, René Higuita (El Loco) estava á frente do arco dos “verdolargas”
quando a Libertadores se tingiu, uma vez mais, de azul, preto e branco. De
técnica discutível, o mesmo não poderia ser dito de suas folclóricas atuações.
Neste quesito era imbatível e unanimidade. E ao mesmo tempo que de forma surpreendente
fazia ótimas defesas, também falhava bisonhamente. A exemplo do gol que
entregou a Camarões na Copa de 1990, desclassificando os colombianos. Na final
da Libertadores de 1995 não comprometeu, ao contrário do abençoado zagueiro
Marulanda. Ressabiado, não ousou fazer suas graças mais ousadas até pelo fato
de saber que um Jardel, um Paulo Nunes e um Dinho cruzariam seu caminho fazendo
barba, cabelo e bigode. Contra o GRÊMIO não teve jeito, o ex-goleiro e acrobata
amador acabou, mesmo, se ferrando. No futebol e nas fábulas, de vez em quando aparece
alguém para esmagar o escorpião com as travas das chuteiras...
@JorgeBettiol