Crédito Imagem:Grêmio.Net
Estádio Nacional de Tóquio. Na grama castigada pelo impiedoso inverno japonês um homem corpulento e sorridente destaca-se na volta olímpica. Celebra. Agradece. Aos olhos da multidão, que nas arquibancadas solenemente aplaude, lembra os honoráveis lutadores de sumô.
Alvaci Silva de Almeida, contudo, construiu sua vida não no "dohyo" e sim nos gramados. Jamais calçou chuteiras, mas tratou - com dedicação e profissionalismo exemplar -dos que as usaram para defender as cores do tricolor. Durante décadas (iniciando sua trajetória nas bandas da Azenha no malfadado ano de 1964) trabalhou no clube que sempre amou. E, na condição de massagista, teve a grata satisfação de contribuir (tremendamente) nas principais conquistas. Não por acaso foi presença constante nos inúmeros pôsteres que registraram títulos, faixas e taças.
Foi além. Extrapolando, não raro, às funções do ofício. Na emblemática "Batalha de La Plata" -quando jogadores, dirigentes e torcedores do Estudiantes ameaçaram invadir o vestiário gremista - não vacilou: com uma tesoura em punho fez frente aos argentinos. Disposto. Possuído de indignação. Para o que der e vier.
Direto da memória afetiva lembro (ainda criança) daquele simpático "gordinho", munido de apetrechos nas duas mãos, irrompendo na cancha. Disparando, desde a casamata, cada vez que nossos jogadores se lesionavam. Passos curtos e acelerados. Uma atração a parte. Cena que nós -gremistas -nos acostumamos a ver ao longo das centenas de partidas no Estádio Olímpico. Na data de 17/12/2009, aos 66 anos, "Banha" enlutou a todo meio futebolístico. E virou, definitivamente, um dos mais queridos e saudosos personagens da rica história gremista.
"Tu não os vê, tu não os toca, mas estão presentes".
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