segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A VOLTA DO MUTANTE X-ZÉ E O "MEZZO" JORNALISMO ...



Jornalistas da ESPN, minutos após atacarem o Grêmio e a torcida tricolor. Sílvio Santos também não gostou: mudança na grade de programação a caminho ...



A Portuguesa cumpriu a escrita de dificultar ao extremo seus embates contra o tricolor dos pampas. Mas, convenhamos, não precisava exagerar. Mesmo sendo incontestável a disposição dos briosos aniversariantes da semana no imprescindível cumprimento do dever doméstico: na primeira etapa contabilizamos treze finalizações. Entretanto, acentuada afobação, imprecisão nas conclusões, penalidade sorrateiramente não assinalada e a proteção da Imaculada Conceição (padroeira de Portugal) impediram o prenúncio da abertura do placar. Isto, antes do intervalo, pois no complementar premiada seria a insistência. E a justiça tardaria, até falharia, mas seria redimida. Empurrados pelo apaixonado apoio dos mais de 20.000 tricolores que na noite de sábado, a exemplo de tantas outras, cantavam te quero ver ganhar abrimos o escore. Porém, sendo invalidado o legítimo tento e abortada a celebração por uma arbitragem despreparada e débil. Nada que impedisse nova carga, bola na rede e o comandante pirata conduzindo a comemoração diante da massa vibrante e agradecida. Depois foi a vez dele, o infatigável mutante Zé Roberto (exemplar aluno do finado Professor Charles Xavier) anotar, com a categoria que lhe é peculiar (além da transpiração e do total comprometimento) um golaço! Digno de um fora de série! O cara ajudou na marcação, armou (descontadas as arrastadas carências da equipe neste quesito) dentro do possível e, não bastasse, estufou os cordéis do adversário. Contudo, insuficiente para render reconhecimento por parte de um dos mais novos comentaristas da amargura midiática local: “Zé Roberto não teve uma boa atuação no seu retorno”, sentenciou o exigente observador. Na sequência, não houve queda de luz pelas bandas do Humaitá a justificar apagão no gramado. Só que, castigo para uma sonolenta acomodação tricolor diante do ímpeto verde-rubro, dois vacilos culminaram na igualdade. Verdade que maior vacilo do árbitro e seu séquito de assistentes ao validarem o primeiro gol desta reação em visível (por favor, indesculpável para o bandeira) impedimento. O fato é que surpreendidos, no prejuízo, saímos para buscar, uma vez mais a vantagem e coube a Kleber ser o protagonista do evento que tanta (direcionada, manipulada) polêmica causou. O Gladiador, figura central pelo rendimento e doação nas últimas partidas, foi franco ao falar sobre o lance. A modesta opinião de quem digita? Não houve a penalidade, assim como irrelevante tal consideração diante do amontoado de erros e prejuízos ao Grêmio solenemente ignorados no alarido. Passando longe, portanto, desta pauta de choradeira institucional repercutida maciçamente pela imprensa isenta da República Federativa de Pindorama. No final do disputado encontro, o time dos lusos resolveu cantar o fado “aí bate o pé, bate o pé” consagrado por Roberto Leal e desferir socos em escudos do policiamento. Feita a chafurda, passaram a desempenhar o triste papel de vitimados:  maldito seja o Grêmio e a "conspiração baiana". 


Fim ? Não, senhoras e senhores. O resultado deste jogo vai ser sempre lembrado pelo destempero que atingiu dois jornalistas do eixo. O primeiro fazendo considerações levianas sobre o presidente do Grêmio, o resultado da partida e sugerindo "monitoramento de ligações telefônicas" para o covil da CBF e o potreiro da comissão de arbitragem. Desde já, poderia estar este indivíduo investigando, monitorando movimentos suspeitos de Teixeira, Marin, Zveiter, Schmidt, dos dirigentes de clubes cariocas e paulistas justamente nas intrigantes relações entre eles próprios e nas parcerias, alianças espúrias, com determinados meios de comunicação. Uma pauta extensa, riquíssima, seria a promiscuidade institucional de alguns renomados veículos com o poder estabelecido. A podridão, o lamaçal do meio esportivo, não raro, conta com a omissão e, sabemos bem, participação ativa de pessoas que deveriam se opor e denunciar a sociedade a sujeira nojenta que acomete o universo futebolístico. Pois é... Voltando. O desajuizado Arnaldo Ribeiro, diante da avalanche de indignação que tomou conta da Nação Tricolor (e posteriormente também recebendo um gancho da emissora), veio a público para se desculpar. Se sincero ou não,  é outra questão.


Quanto ao sujeito que disparou um festival de rasas agressões fortuitas ao Grêmio e a torcida tricolor (imaginando-se nas arquibancadas esvaziadas do Canindé) trata-se, efetivamente, de um boçal. Um ridículo piloto de autorama, assistente atento de corridas de kart. Talvez apto e com autoridade somente para fazer comentários sobre novos lançamentos da “Hot Wheels”. Jamais para abrir a lixeira labial e comentar algo sobre futebol, o que dizer desta ousadia de atacar o Imortal! Fracassado, é ainda generoso consigo mesmo ao se intitular “mezzo” escriba. Na realidade é uma nulidade absoluta, uma mediocridade a toda prova. Só poderia se intitular “mezzo” ao se referir à maior proeza da Lusa: a metade do campeonato paulista de 1973, “dividido” com o Santos após histórica escrotice advinda de cobranças de penalidades. Uma façanha, sem dúvida, do time deste “mezzo” jornalista. Usando suas próprias palavras: “só rindo mesmo”...



A ESPN, dando eco aos protestos e ao clamor de providências pelo ocorrido, resolveu demitir o jornalista torcedor. O que abre um debate interessante sobre o tênue limite da esfera privada e opinativa através das redes sociais quando se trata de figuras públicas que ocupam, de antemão, generosos espaços na mídia. Sendo vinculados ou  representando seus veículos diante do grande público. Seria o caso de punição através da demissão? Ou bastaria um afastamento temporário (educativo gancho) somado a impositiva retratação  por conta do episódio? No caso específico, Flavio Gomes foi arrogante antes, durante a discussão com os gremistas e, inclusive, após tomar o chute no traseiro de seus (agora) ex-empregadores. E, no momento, segue sendo meia boca. Mais precisamente ao dizer que tudo não passou de “uma brincadeira”. Vergonhoso. No mínimo deveria assumir o teor e a intenção dos seus ofensivos desatinos, não dissimular. Segue subestimando os que com justeza se insurgiram pela falta de ética, de profissionalismo e cobraram total ausência de postura. O leitor quer saber? Na boa? No fundo, mas bem no fundo, o irresponsável do Flávio Gomes mereceu tomar na abertura situada na extremidade do intestino grosso, por onde são expelidos os excedentes. Só que tem gente neste “mezzo” jornalismo, “mezzo” esportivo que consegue a proeza de expelir pela boca. Tchê, é repugnante ...


@JorgeBettiol








Um comentário:

Carlos A. Ferronato disse...

O debate é pertinente amigo Jorge Bettiol. Perfeita a tua análise e outro texto de moldura. Abraço Caxiense e Gremista.