segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O CLÁSSICO, A CHIQUITITA, A VILA QUE UNE ...



                                                              crédito montagem: besterror.com


Se o local da disputa era inédito, diferenciado, o clássico apresentou seus elementos tradicionais dentro e fora das quatro linhas. A começar pela pressão preventiva, sobre anunciada arbitragem, de dirigentes do coirmão nos dias que antecederam o “derby”. A velha e bolorenta malandragem do condicionamento, prática de excepcional serventia quando se trata de um apitador incompetente e frouxo. O lado tricolor, a este escancarado movimento inicial indicando direcionamentos, respondeu com passividade. Ok. Não é o  central, o foco é a partida em si e na peleja passar por cima de tudo e de todos, Porém, inegável que não custa estar atento a tentativas de manobras extracampo. E bola rolando foi o que se viu: um Grêmio que teve imposição, domínio, mas sem a necessária e pragmática efetividade. Mesmo com a formatação tática diferenciada com os três zagueiros não perdemos a meia cancha, tendo os laterais avançado constantemente. Os dilemas de criação e articulação, repetida carência, novamente limitadores. Confronto pegado (e poderia ser diferente ?), tricolor marcando forte, fazendo as faltas que são recursos do jogo (e não extravagâncias e atentados a estética das partidas, na visão da imprensa amante do futebol bailarino). Aliás, poderíamos ter ao menos mais uma abalroada nas estatísticas: na fatídica disparada do oponente rubro. No mínimo oito pares de chuteiras e braços para obstruir, matar o lance e alegrar a massa, impedindo o precoce empate. O que mais truncou, proporcionalmente, o desenrolar da peleja? Alguma dúvida ? A resposta é óbvia: a chiquitita de vozinha fina, sempre atacada, teatral e afoita por soprar o apito. Se futebol fosse cronometrado a exemplo do basquete e refém deste tipo de jogador, sairíamos da ARENA às dez da noite. Seria mais extenso do que aquelas enfadonhas e arrastadas partidas de beisebol. Precisou o Portaluppi (na ausência de um Dinho), dedo em riste, se manifestar para encerrar as encenações patéticas da exilada portenha que, uma vez mais, escapou de ser expulsa, sedada e conduzida (a propósito: seguirá impune após os recentes registros e depoimentos divulgados?). Na coletiva, cortando pela raiz o enfoque gracioso e a choradeira dos representantes do canteiro de obras da  Padre Cacique (destacado pelos amargos midiáticos de plantão), o técnico gremista não titubeou em apontar os erros mais grosseiros do desastroso Fabrício Neves Corrêa. Os que resultaram em prejuízo para um e, na balança dos erros cruciais, outro lado. Simples, assim. Sem se vitimar, sem demagogia.


Quem chegava para partida observava nas cercanias da  ARENA a livre e pacífica convivência de alvirrubros e tricolores. Não tinha como não chamar atenção: famílias inteiras, grupos de amigos, vizinhos compartilhavam os espaços de maneira descontraída. Circulavam despreocupados. Nas moradias simples da Vila Farrapos e arredores, bandeiras dos dois clubes, não raro, lado a lado. Algo impensável, de longa data, pelas bandas da Azenha e pelos lados do Menino Deus. Sem incidentes, se resumindo a rivalidade ao verbo dos que vinham de fora da comunidade: avistando as cores do adversário dos ônibus e carros, alguns dos que chegavam dirigiam palavrões e recebiam de volta outros tantos impropérios. Uma das felizes e detalhadas matérias pós-jogo (algo cada dia mais escasso) sentenciou no portal Terra: “Na Vila não tem torcida única”. É verdade. Realidade, a luz do dia, constatada.

@JorgeBettiol




Um comentário:

FERNANDO MARTINS disse...

UAHUAHUAHUAHUAHUA !!!!!! D´ALESSANDRO CHIQUITITA !!!!!!!!