sábado, 3 de agosto de 2013

BASTARIAM ALGUNS SEGUNDOS ...







É mais uma data que constará devidamente destacada no centenário calendário desta rivalidade. Nas volumosas e densas páginas deste confronto acirrado e mobilizador, antes de quaisquer circunstâncias do jogo, do resultado e suas repercussões, o título estatístico do novo episódio  indicará: “o primeiro clássico na ARENA”. O inaugural, aquele que será citado regularmente e de forma introdutória pela inédita localidade da disputa. Independente do local, mesmo que a peleja fosse no campo do Araribóia, a tarefa do tricolor é a corriqueira imposição de toda hora, especialmente quando se trata dos desafios que envolvam os despeitados vizinhos: nada menos que a vitória. E para que este triunfo seja consumado, escrito e depois narrado e rememorado ao longo do tempo no azul, no preto e no branco, exigimos de cada jogador possuidor da imensa honra de trajar a camisa do Grêmio uma exemplar e combativa postura. E no coletivo esteja à equipe disposta a todo esforço, focada, convicta de sua obrigação diante da alentadora presença do torcedor gremista. Repleta de entrega, inconformada diante das adversidades e determinada a vencer. Movida por inigualável garra, impregnada de alma e coração. Pois neste clube distinto esta é a força motriz para os êxitos e legados.


No Grêmio, possuímos inúmeras referências que por suas dedicadas trajetórias perpetuaram este emblema de luta e superação do tricolor. Respeito e amor ao clube, a massa torcedora. Na infância de Grenadas marcantes, os do longínquo ano de 1977 (que significou a retomada de uma hegemonia na querida aldeia, o resgate das celebrações e –literalmente- o começo do fabuloso salto que culminou nas grandes conquistas), são os de mais grata recordação. Justamente por figuras marcantes e definitivas na memória (viva) afetiva da Nação Tricolor. Senhores ... O que dizer de um Yura, de um Tarciso ? Daquela vontade arrebatadora com a qual encaravam os clássicos ? Das inúmeras vezes que, tanto o veloz “Flecha Negra”, da mesma forma o impetuoso “Passarinho” irromperam sobre atônitos oponentes, levando desespero à cidadela vermelha ? Das inúmeras ocasiões que estufaram as redes rubras, compartilhando generosamente a tremenda alegria de tais momentos ? E, na sequência, desde as arquibancadas e também nas ruas, milhares sentindo-se abraçados e irmanados neste sentimento único de gremismo.  
 
Os tempos são outros ... no que há de bom, no que há de ruim. A carreira de um atleta por um clube é cada vez mais breve, mais meteórica, e mesmo os que são garimpados e formados nas categorias de base não fogem a regra da efêmera passagem. Mesmo assim, há ainda honrosas exceções de identificação, inclusive de jogadores de outras bandas que por aqui acabam se radicando. Neste domingo seria uma felicidade para todos os gremistas se cada um dos escalados por Portaluppi neste embate apresentasse na cancha, no peito e na chuteira, alguns segundos desta doação, deste espírito do Yura e do Tarciso. Destes caras que deixaram o próprio sangue na camisa do Imortal e falam com a voz embargada e os olhos marejados destacando, comovidos, o que viveram e nada mais apaga. Bastariam alguns segundos ... Juntamente com este muito, com esta imensidão que é o Grêmio seria o suficiente para vergar os visitantes e fazer história.

VAMOS GRÊMIO !!!

@JorgeBettiol





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