Pelé de olho no Neymar Jr., mas sonhando com o Gabigol ... |
Este embate na Copa do Brasil
nos apresenta um dos adversários com o qual o Grêmio tem maior antagonismo. Das
muitas rivalidades com paulistas e cariocas, eis um verdadeiro clássico de
conceitos. Notória disputa de culturas futebolísticas visceralmente distintas.
O Santos tem orgulho da rica trajetória de apresentar habilidosos jogadores, de
suas conquistas cheias de categoria que deslumbraram o mundo. Destaca e celebra, portanto, seus
101 anos de “futebol arte”, o fino trato da bola derivando elegantes ocorrências e
repercussões nas quatro linhas. Futebol com artistas e platéia. Coreografado.
Joelhos flexionados. Quase tudo na ponta dos pés, sendo raras as descuidadas sapatilhas
a deslizar sobre rudes gramados. A esta baita frescura, o imortal tricolor deve, antes de mais nada, contrapor o autêntico estilo gauchesco (cuja paternidade, DNA, é inquestionável) de praticar o
esporte bretão. Disposição a pleno, forte imposição, bombacha, poncho, guaiaca.
Chuteiras com esporas, puas ao gosto do
freguês ...
Na última quarta-feira o tricolor
poderia ter saído com resultado positivo frente ao limitado time do Peixe e
diante da torcida quadra de tênis dos locais. Não faltou entrega, vontade de
vencer, na cancha que de “caldeirão” só tem conotação se for pelo nome oficial
(Urbano Caldeira). Jogo truncado, embolado, mas mesmo assim criamos e
desperdiçamos as situações mais nítidas e generosas para estufar os cordéis
alvinegros. Vacilamos e pagamos caro ali nos acessos da saideira, na falha
coletiva do sistema defensivo. A frase resumo da derrota na baixada santista
foi a de Portaluppi: “a bola pune”, jargão recorrente e justamente pronunciado
a exaustão por um ex-técnico dos paulistas praianos. Nada que não possa ser revertido,
para alegria da massa gremista, na partida de volta e nos domínios do Humaitá.
Outra peleja. Porém o mesmo
e interminável duelo do futebol estilo bailarino versus o futebol concepção
força. Duas escolas distintas. É “passé” versus o carrinho. É Airton Pavilhão
(que não batia, mas não deixava ninguém se assanhar) versus Pelé (ídolo maior
de Pindorama FC, aquele mesmo, o leitor recorda, que “debutó con un pibe”). É Zé
Roberto abrindo a caixa de ferramentas e fazendo o desarme. É Peninha versus
Torero. É churrasco na vala versus frutos do mar. É Grêmio versus todos. Derrubando os prognósticos. E a toda parte ...
@JorgeBettiol
2 comentários:
Hahahaha !! Perfeito !!
Abração amigo Bettiol !!
Jorge Bettiol o BLOG está excelente as colunas ótimas! Eu não parei
de rir e é a mais pura verdade
o Santos ser outra cultura de futebol e oposta a do tricolor!
E põem oposta nisto !
Abraço
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