"FUI, SOU E SEREI LEPROSO". EIS O RIVAL !

Maradona sorri e declara sua paixão leprosa. Diego não é de suas inúmeras mulheres, do finado Chavez, nem de Fidel Castro. Muito menos do trepidante camarote de La Bombonera para desgosto e ranço dos bosteros... NOB ? Quem há de duvidar ?

Foi numa gélida noite de inverno. No festival de amistosos que reinaugurou o Estádio Olímpico. A partir daquele emblemático ano de 1980, ante-sala de uma década de triunfos, a querida casa faria jus a um novo e merecido adjetivo. Absolutamente de acordo com sua enormidade e proporcional a grandeza do feito. Conduzida pelo incansável e vitorioso presidente Hélio Dourado, a campanha do cimento agregou milhares de gremistas e trouxe múltiplas doações. O plano de sorteios Bolão Tricolor foi outra feliz iniciativa. Esforços condizentes com esta paixão inigualável culminaram no espetacular desfecho de uma ampliação bancada pela massa torcedora. A ponto de nenhuma outra frase resumir melhor o que sucedeu: “É preciso ser gremista para compreender essa força, essa motivação, esse impulso que leva um torcedor a erguer um estádio”. Pois esta obra imponente recebeu, na ocasião referida, aguardada visita da Asociación Atlética Argentino Juniors cuja delegação listava o nome de um promissor Diego Armando Maradona. Ainda não figura, porém já a caminho de se firmar na condição de um grande no cenário futebolístico. Os comentários a respeito da Copa de 1978 e o entrevero com o Batista (que anos mais tarde seguiria desmoronando, não nos gramados, mas nas cabines de imprensa) geravam certa expectativa.  Não superior ao prazer de usufruir do Monumental Estádio Olímpico que, além do convite ao “Bicho” de La Paternal, receberia neste torneio Vasco da Gama (o primeiro dos jogos) e River Plate. O fato é que tivemos o privilégio de assistir ao vivo, no sagrado gramado da Azenha, ao célebre El Diez. Derrotado, na histórica data por um Grêmio (gol de um certo Leandro) que não ligava a mínima para o caráter festivo do encontro e partia para cima com Portaluppi, Baltazar e Jesum. Sim, Jesum, o baiano que entortava laterais. Dá para esquecer ?

O adversário de hoje a noite é mais um cuja camisa dispara os ponteiros da balança. A jaqueta do Newell´s Old Boys tem inegável peso, é tão tradicional quanto o antigo Colégio Comercial Anglo Argentino, fundado por Isaac Newell. Britânico que introduziu a prática do esporte bretão na cidade de Rosário, trouxe a esférica e, de lambuja, as regras para se chutar o balão de couro no vizinho país. Paternidade que ensejou o nascimento do clube rubro-negro fundado no glorioso ano de 1903. Os leprosos da Província de Santa Fé têm uma hinchada numerosa e fiel e seu caldeirão, El Coloso Del Parque, ou mais recentemente “Marcelo Bielsa (El Loco)” costuma ferver no melhor estilo da característica pressão argenta. O NOB de Américo Gallego, de Jorge Valdano e Gabriel Batistuta. E do mais ilustre, falado e polêmico jogador do Continente que (provocativamente) colocou o Brazil na condição de favorito para o pífio Mundial que se avizinha. Sim, El Pibe de Oro se disse da banda leprosa e fez questão de externar publicamente este sentimento no ensejo dos 20 anos de sua passagem pelo clube rosarino. Causando incredulidade e indignação entre os bosteros. É, portanto, uma vez mais Dieguito adversário do amado tricolor. Não na condição do canhoto genial, mas como hincha e abraçado as cores do Newell´s num amor revelado e atestado pelo número do RG. Baita embate teremos esta noite, senhoras e senhores !  E que venham Gabriel Heinze e Maximiliano Rodríguez, com este respeitável rival de tanta história. Somos o Grêmio ! E numa ARENA pulsante de sentimento cantaremos por mais uma vitória! Que saibam os adversários que nós, gremistas, queremos a Copa !!! Vamos !!!

@JorgeBettiol