Vídeo Youtube - Postado por André Kruse
Era o que todo gremista exigia (parte
impacientemente): uma reação imediata, impostergável, impositiva. A retomada do
caminho dos triunfos, rompendo com a secura de gols, superando a recente
desértica retrospectiva ausente de vitórias. A sofrida conquista dos três pontos
diante da cambaleante equipe de São Januário – agora esperançosamente comandada
pelo brioso Capitão América – foi verdadeira goleada. Dando fôlego, aliviando
acumuladas tensões. Resgatando a outrora estabilidade, visceralmente abalada
pelos insucessos de pontuação e a indesejada eliminação na Copa do Brasil. Após
o desastrado resultado de Belo Horizonte, novamente se concentraram nuvens
cinzentas no extenso e glorioso trecho que vai da consagrada Azenha ao
promissor Humaitá. Carregadas por desconfiança e desconforto. Despejando raios,
espocando trovões. Só não mais sonoros que o ruído das sistemáticas intrigas
midiáticas, só não mais ensurdecedor que o infame gargalhar dos amargurados de
plantão. Os atrofiados de qualquer lampejo de profissionalismo, desconhecedores
do mínimo de ética. Os mesmos que se atormentam quando avançamos e mal escondem
o seu regozijo diante dos nossos tropeços e objetivos não alcançados. E que,
oportunisticamente, lançam suas sórdidas campanhas procurando gerar mais
turbulência em ambientes já distendidos por eventual má fase.
O que dizer desta confraria do azedume que,
nos meios de comunicação, tem apregoado a iminente substituição do comando
técnico gremista? Curiosamente (mas, convenhamos, sem surpresa alguma) os que
foram complacentes com o vergonhoso e pífio projeto da ex-sumidade Vanderlei
Luxemburgo. Os que consideravam uma demasia um chute no traseiro do sujeito que
mais atrasou o Grêmio, no exercício da função, nestes últimos anos ao colecionar fracassos e constrangimentos.
Foi poupado, acolhido. Afinal, pérola de conhecido amargo dos microfones, “analisar só os resultados é
simplismo”. Entretanto, os quatro meses de Renato Portaluppi (sendo três
destes, ininterruptamente, integrando o G4 na competição em curso) merecem
tratamento implacável destes indivíduos acostumados a rastejar pelas redações.
Mas, normal. É a velha rotina da aldeia pautada pelos isento e didático jornalismo esportivo. O que poderíamos esperar ? Se
até mesmo quando estávamos com a sequência de bom aproveitamento nas quatro linhas sofríamos
corrosivas cobranças, sistemáticos ataques ?
Ah, mas existe insatisfação dos gremistas
com o técnico, diz o incauto perdoando a cruzada da mídia pela guilhotina afiada. Sim.
Evidente que muitos gremistas, com toda legitimidade, apresentam nas
circunstâncias adversas frustração e questionamentos. Exercem
um direito inerente ao sócio, ao torcedor (mesmo discordando, quem digita estas linhas, quanto ao momento e teor de várias destas manifestações), de criticar o que
entendem equivocado. Contudo, algo que certamente não impedirá estes
tricolores (e nem precisa de convite, mas façamos a convocatória), de unirem-se a milhares de outros, cerrando fileiras
lado a lado, ombro a ombro, apoiando vibrantemente o GRÊMIO neste domingo
contra o Flamengo, na ARENA. Cantando com energia, com a distinção que é peculiar a gente gremista. Presente com alma e coração, a postos para o que der e vier. Assim espantaremos os urubus dentro do gramado e os que, costumeiramente,
ficam empoleirados nas cabines de imprensa. Localidades do novo estádio, na sua
esmagadora maioria, imunes às intempéries: mesmo quando chove copiosamente por
aqueles lados, o tempo segue invariavelmente seco...
Os rubro-negros hilariamente refutam, porém é inegável que o
clube apadrinhado da CBF, da grande rede e das benesses governamentais é o mais
querido do apito. A vergonhosa e constrangedora lista de prejuízos alheios bancados
pelos homens outrora de preto (na época mais de acordo, por atuarem como
verdadeiros agentes funerários das pretensões dos adversários) é imensa. A
favor do todo poderoso flamenguinho, ao longo da história, o faceiro trilar das
arbitragens foi escutado e descaradamente visto e revisto pelos campos da Terra
Brasilis. Passar a mão na taça e faixa que, pela regra e bola, pertenceriam ao
oponente é uma marca registrada desta turma das marchinhas carnavalescas da Gávea. Fácil recordar da sem-vergonhice
que aprontaram para o Atlético Mineiro de Reinaldo e Cia., no distante ano de
1980 e que causou revolta generalizada.
Na ocasião, a torcida gremista não podería imaginar o que, cretinamente, ainda estava por vir. Apenas dois anos
se passariam e nova safadeza teria lugar no imponente e amado Estádio Olímpico. E nós,
a gurizada tricolor, na expectativa do bicampeonato: terceira partida em oito
dias, segunda consecutiva dentro do Monumental. Mais uma vez no meio da
multidão, estávamos confiantes (a exemplo da massa gremista) que superaríamos o desafio e sairíamos campeões. No
primeiro confronto, a vantagem com o gol do Tonho e só na finaleira da partida
Zico igualou. No segundo jogo, casa cheia e ficamos todos no zero. Já no
decisivo confronto ... o assaltante apitador de nome Oscar Scolfaro nos sonegou uma penalidade de cartilha e fez de conta que não viu
a mão do Andrade soqueando a bola dentro da meta rubro-negra. Patifaria a toda
prova e mais um afano para as aves de rapina do futebol tupiniquim. Indignação tremenda, título surrupiado por um meliante.
O que não impediu de, no ano seguinte, ganharmos o
confronto no Maracanã (3x1) na fase de grupos da disputa pela América. Vencendo, na sequência, a Libertadores e o
Mundial. Passaram-se 15 anos e o troco de troféu se deu (sem nenhuma subversão
ao básico estipulado pelas regras de 1882 da I. Football Associaion Board, ao contrário da roubalheira de ´82) no segundo Maracanazo presenciado pelos cariocas. Substituindo
o protagonismo de Schiaffino e Ghiggia pela bravura de João Antônio e o destemor
de Carlos Miguel. Onde o “ah, eu
sou gaúcho” eclodiu com força nas arquibancadas do Mário Filho, abafando a choradeira de
quase 100.000 atônitos adversários. O Grêmio visitante, o que festeja e cala. Não faz muito,
por estas ironias futeboleiras, nossa escolinha representou altivamente às
cores do tricolor contra o Flamengo do técnico Andrade na (assim considerada) final de
2009. Sem rancores, nossos pias quase emudeceram outro borrado Maracanã.
Meses depois, a retribuição dos dirigentes do Flamengo a mão amiga de Andrade nos
anos oitenta e ao título conquistado contra nossos atletas da categoria Sub-11
foi ser defenestrado da vida do clube (o qual acusa, na atualidade, de ser
"discriminatório"). A bola pune, o futebol pune, a ingratidão pune...
@JorgeBettiol
@JorgeBettiol
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