sábado, 16 de novembro de 2013

A TODA PARTE ... ESPANTAR OS URUBUS !

Vídeo Youtube - Postado por André Kruse


Era o que todo gremista exigia (parte impacientemente): uma reação imediata, impostergável, impositiva. A retomada do caminho dos triunfos, rompendo com a secura de gols, superando a recente desértica retrospectiva ausente de vitórias. A sofrida conquista dos três pontos diante da cambaleante equipe de São Januário – agora esperançosamente comandada pelo brioso Capitão América – foi verdadeira goleada. Dando fôlego, aliviando acumuladas tensões. Resgatando a outrora estabilidade, visceralmente abalada pelos insucessos de pontuação e a indesejada eliminação na Copa do Brasil. Após o desastrado resultado de Belo Horizonte, novamente se concentraram nuvens cinzentas no extenso e glorioso trecho que vai da consagrada Azenha ao promissor Humaitá. Carregadas por desconfiança e desconforto. Despejando raios, espocando trovões. Só não mais sonoros que o ruído das sistemáticas intrigas midiáticas, só não mais ensurdecedor que o infame gargalhar dos amargurados de plantão. Os atrofiados de qualquer lampejo de profissionalismo, desconhecedores do mínimo de ética. Os mesmos que se atormentam quando avançamos e mal escondem o seu regozijo diante dos nossos tropeços e objetivos não alcançados. E que, oportunisticamente, lançam suas sórdidas campanhas procurando gerar mais turbulência em ambientes já distendidos por eventual má fase. 


O que dizer desta confraria do azedume que, nos meios de comunicação, tem apregoado a iminente substituição do comando técnico gremista? Curiosamente (mas, convenhamos, sem surpresa alguma) os que foram complacentes com o vergonhoso e pífio projeto da ex-sumidade Vanderlei Luxemburgo. Os que consideravam uma demasia um chute no traseiro do sujeito que mais atrasou o Grêmio, no exercício da função, nestes últimos anos ao colecionar fracassos e constrangimentos. Foi poupado, acolhido. Afinal, pérola de conhecido amargo dos microfones, “analisar só os resultados é simplismo”. Entretanto, os quatro meses de Renato Portaluppi (sendo três destes, ininterruptamente, integrando o G4 na competição em curso) merecem tratamento implacável destes indivíduos acostumados a rastejar pelas redações. Mas, normal. É a velha rotina da aldeia pautada pelos isento e didático jornalismo esportivo. O que poderíamos esperar ? Se até mesmo quando estávamos com a sequência de bom aproveitamento nas quatro linhas sofríamos corrosivas cobranças, sistemáticos ataques ?


Ah, mas existe insatisfação dos gremistas com o técnico, diz o incauto perdoando a cruzada da mídia pela guilhotina afiada. Sim. Evidente que muitos gremistas, com toda legitimidade, apresentam nas circunstâncias adversas frustração e questionamentos. Exercem um direito inerente ao sócio, ao torcedor (mesmo discordando, quem digita estas linhas, quanto ao momento e teor de várias destas manifestações), de criticar o que entendem equivocado. Contudo, algo que certamente não impedirá estes tricolores (e nem precisa de convite, mas façamos a convocatória), de unirem-se  a milhares de outros, cerrando fileiras lado a lado, ombro a ombro, apoiando vibrantemente o GRÊMIO neste domingo contra o Flamengo, na ARENA. Cantando com energia, com a distinção que é peculiar a gente gremista. Presente com  alma e coração, a postos  para o que der e vier. Assim  espantaremos os urubus dentro do gramado e os que, costumeiramente, ficam empoleirados nas cabines de imprensa. Localidades do novo estádio, na sua esmagadora maioria, imunes às intempéries: mesmo quando chove copiosamente por aqueles lados, o tempo segue invariavelmente seco...    



Os rubro-negros hilariamente refutam, porém é inegável que o clube apadrinhado da CBF, da grande rede e das benesses governamentais é o mais querido do apito. A vergonhosa e constrangedora lista de prejuízos alheios bancados pelos homens outrora de preto (na época mais de acordo, por atuarem como verdadeiros agentes funerários das pretensões dos adversários) é imensa. A favor do todo poderoso flamenguinho, ao longo da história, o faceiro trilar das arbitragens foi escutado e descaradamente visto e revisto pelos campos da Terra Brasilis. Passar a mão na taça e faixa que, pela regra e bola, pertenceriam ao oponente é uma marca registrada desta turma das marchinhas carnavalescas da Gávea. Fácil recordar da sem-vergonhice que aprontaram para o Atlético Mineiro de Reinaldo e Cia., no distante ano de 1980 e que causou revolta generalizada. 


Na ocasião, a torcida gremista não podería imaginar o que, cretinamente, ainda estava por vir. Apenas dois anos se passariam e nova safadeza teria lugar no imponente e amado Estádio Olímpico. E nós, a gurizada tricolor, na expectativa do bicampeonato: terceira partida em oito dias, segunda consecutiva dentro do Monumental. Mais uma vez no meio da multidão, estávamos confiantes (a exemplo da massa gremista) que superaríamos o desafio e sairíamos campeões. No primeiro confronto, a vantagem com o gol do Tonho e só na finaleira da partida Zico igualou. No segundo jogo, casa cheia e ficamos todos no zero. Já no decisivo confronto ... o assaltante apitador de nome Oscar Scolfaro nos sonegou uma penalidade de cartilha e fez de conta que não viu a mão do Andrade soqueando a bola dentro da meta rubro-negra. Patifaria a toda prova e mais um afano para as aves de rapina do futebol tupiniquim. Indignação tremenda, título surrupiado por um meliante.

O que não impediu de, no ano seguinte, ganharmos o confronto no Maracanã (3x1) na fase de grupos da disputa pela América. Vencendo, na sequência, a Libertadores e o Mundial. Passaram-se 15 anos e o troco de troféu se deu (sem nenhuma subversão ao básico estipulado pelas regras de 1882 da I. Football Associaion Board, ao contrário da roubalheira de ´82) no segundo Maracanazo presenciado pelos cariocas. Substituindo o protagonismo de Schiaffino e Ghiggia pela bravura de João Antônio e o destemor de Carlos Miguel. Onde o “ah, eu sou gaúcho” eclodiu com força nas arquibancadas do Mário Filho, abafando a choradeira de quase 100.000 atônitos adversários. O Grêmio visitante, o que festeja e cala. Não faz muito, por estas ironias futeboleiras, nossa escolinha representou altivamente às cores do tricolor contra o Flamengo do técnico Andrade na (assim considerada) final de 2009. Sem rancores, nossos pias quase emudeceram outro borrado Maracanã. Meses depois, a retribuição dos dirigentes do Flamengo a mão amiga de Andrade nos anos oitenta e ao título conquistado contra nossos atletas da categoria Sub-11 foi ser defenestrado da vida do clube (o qual acusa, na atualidade, de ser "discriminatório"). A bola pune, o futebol pune, a ingratidão pune... 

@JorgeBettiol



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