domingo, 15 de setembro de 2013

ANIVERSÁRIO IMORTAL ... SEGUEM FESTEJANDO !

Ao completar 110, seguem festejando. É 15/09 a toda hora, a toda parte ! O Salão Grau trepida jubiloso, no ritmo da gaita-ponto. Na celebração sobram Copas e ganas por vencer ... Contente a orgulhosa Nação Gremista !



Todas as noites ainda se reencontram e celebram. No velho e bom Salão Grau, restaurante de um Hotel que (de forma misteriosa e sobrenatural) permanece intacto na outrora Rua XV de Novembro (agora chamada de José Montaury), grudado onde hoje é à saída da Galeria Chaves. Saem tranquilamente de suas atividades laborais, oriundos do comércio efervescente da área central. Deslocam-se de outros conhecidos pontos: da sapataria, da alfaiataria e da abençoada “república” onde o açoriano Joaquim Ribeiro reside. Homem iluminado, um dos responsáveis por jamais termos usado vermelho em nossos nobres fardamentos. Acredite. Pois foi o açoriano Ribeiro, integrante da primeira e histórica diretoria do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense um dos que se insurgiu contra o atrevimento do paulista Cândido Dias. Aquele mesmo, o privilegiado dono da bola, parece até que bom sujeito. Mas que veio com a conversa mole de homenagear o Estado dele, agregando ao preto e ao branco a comprometedora cor rubra. Não deu outra: a sugestão foi rejeitada e o amigo do Sudeste afastou-se do grupo, demitiu-se da função de “guarda-esportes” (na ocasião, tarefa modesta: restrita a guardar justamente a emblemática esférica), não sem antes magnanimamente nos doar a bola com a qual seguimos fazendo história, despertando paixão e sentimento, arrastando e ganhando multidões. Mais de um século se passou e lá estão os fundadores, orgulhosos desta trajetória, verdadeiros arquitetos de um edificante destino construído por gerações e gerações de gremistas. Sim, pois a grandeza deste clube extraordinário (que tanto amamos) é a herança e o somatório de todos nós, dos que nos antecederam e também o acréscimo de outros milhares que virão. Nestes 107 corajosos anos de tantas alegrias, inerente sofrimento, imensa crença, fé na imortalidade, luta e superação, nos tornamos a potência e a referência que somos. Tendo uma imensa avalanche a nos impulsionar para um presente melhor e um futuro que se mira repleto de novas e emocionantes conquistas. O reencontro, pelas bandas da José Montaury, segue a pleno. Bebe-se cerveja e vinho, misturam-se sotaques de imigrantes (aos quais, no passar dos anos, se juntaram homens e mulheres de todas as etnias) e a felicidade segue estampada na face de cada um dos participantes. Não tem hora, dia, ano, década ou mesmo século para terminar. Ainda é inverno na capital dos pampas. A geada insiste em castigar os pagos, a chuva deu uma trégua e o minuano sopra cortante. O assovio do vento invade as sóbrias janelas do Hotel e se propaga no interior do Salão Grau. Entre palmas, vivas e brindes. Parabéns, GRÊMIO.

*Texto publicado originalmente no Ducker.com.br (15/09/10) sob o título "Seguem Festejando". 

@JorgeBettiol



Um comentário:

Gabriela Sartori disse...

Ôi Jorge Bettiol ! Maravilhoso o texto e é emocionante e linda a história gremista ! Parabéns !